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Anexo I

Comunidades Afectadas Objecto de Pesquisa pela Human Rights Watch e a SOS Habitat

Em seguida encontra-se uma tabela contendo informação básica sobre as comunidades afectadas visitadas pela Human Rights Watch e a SOS Habitat. Os dados referem-se à situação até Dezembro de 2006.229

Nome da Comunidade

Cambamba I, Cambamba II, Banga Wé e 28 de Agosto

Descrição

Antigas áreas agrícolas que foram mais tarde ocupadas também para fins habitacionais; completamente destruídas por repetidas demolições.

Famílias Afectadas

Pelo menos 724 famílias.

Objectivo Declarado do Despejo

Desenvolvimento do projecto habitacional do Governo Projecto Nova Vida (residências para funcionários públicos e condomínios de luxo para fins comerciais).

Situação dos Moradores

Cerca de 100 famílias despejadas a viver em barracas construídas com despojos das demolições, à espera de negociações adequadas com o Governo sobre a sua indemnização e realojamento.

Nome da Comunidade

Bairro da Cidadania

Descrição

Antiga área agrícola que foi mais tarde ocupada também para fins habitacionais; completamente destruída por repetidas demolições.

Famílias Afectadas

Aproximadamente 500 famílias.

Objectivo Declarado do Despejo

A área foi despejada e cercada; funcionários do governo local disseram que a área pertencia a um empresário privado; mais tarde, alegaram que estava reservada para uso industrial.

Situação dos Moradores

Algumas famílias realojadas numa área em geral considerada inadequada (distância, falta de serviços básicos); um grupo de pessoas despejadas a viver no local em barracas construídas com os despojos das demolições, à espera de negociações adequadas com o Governo sobre indemnização e realojamento.

Nome da Comunidade

Wengi Maka

Descrição

Área residencial muito vasta parcialmente destruída por demolições.

Famílias Afectadas

Aproximadamente 78 famílias.

Objectivo Declarado do Despejo

Os terrenos foram concessionados à Igreja Católica, alegadamente para a construção de um local de culto.

Situação dos Moradores

Muitos ainda vivem nas suas casas, mas têm medo de novas demolições.

Nome da Comunidade

Maria Eugénia Neto

Descrição

Área residencial muito vasta e densamente povoada, parcialmente destruída por demolições.

Famílias Afectadas

Mais de 800.

Objectivo Declarado do Despejo

Os agentes do Governo nunca apresentaram oficialmente uma razão para os despejos. Recentemente houve “rumores” de que o Governo deu a área em concessão a um instituto privado.

Situação dos Moradores

Muitos ainda vivem nas suas casas, mas têm medo de novas demolições.

Nome da Comunidade

Soba Kopassa

Descrição

Área residencial parcialmente destruída por demolições; os moradores não estão certos da decisão final do Governo relativamente à área.

Famílias Afectadas

122 famílias.

Objectivo Declarado do Despejo

Um hospital e uma morgue foram construídos num sexto da área; ocorreram novas demolições para alargamento do hospital, mas os trabalhos de construção não foram iniciados.

Situação dos Moradores

Os moradores estão a reconstruir as casas que foram destruídas.


Nome da Comunidade

Munlevos, Cacuaco, Bem-Vindo e Mbondo Chapé.

Descrição

Áreas agrícolas nas quais o Estado se apropriou de vários terrenos.

Famílias Afectadas

Aproximadamente 500 terrenos já ilegalmente tomados ou sob ameaça de apropriação; cerca de 500 famílias afectadas.

Objectivo Declarado do Despejo

Algumas áreas dadas em concessão a terceiros alegadamente para o desenvolvimento de actividades comerciais e industriais; algumas alegadamente reservadas para fins de utilidade pública não especificados. Em Mbondo Chapé, vários terrenos foram despejados para a construção de uma área de realojamento. Uma área vazia e sem quaisquer infra-estruturas (conhecida como Fubu) foi usada para reinstalar pessoas despejadas de outros bairros.

Situação dos Moradores

Camponeses pretendem negociações abertas e justas ou uma indemnização do Governo ou dos concessionários privados. Em Mbondo Chapé, alguns ainda vivem na área, outros mudaram-se para outros bairros.

Nome da Comunidade

Talatona

Descrição

Área residencial onde algumas casas foram demolidas e que está sob ameaça de novos despejos.

Famílias Afectadas

14 casas demolidas; 610 famílias em risco de despejo.

Objectivo Declarado do Despejo

A área está a ser requisitada pela EDURB (parceria público-privada que gere a urbanização de vastas áreas no sul de Luanda).

Situação dos Moradores

Os moradores estão a tentar negociar a sua permanência na área ou a obtenção de um realojamento adequado.

Nome da Comunidade

Gaiolas

Descrição

Área residencial onde os moradores foram ameaçados por agentes policiais de que serão obrigados a deixar as suas casas.

Famílias Afectadas

2000 famílias em risco de despejo.

Objectivo Declarado do Despejo

A área está a ser requisitada pela EDURB (parceria público-privada que gere a urbanização de vastas áreas no sul de Luanda).

Situação dos Moradores

Os moradores estão a tentar negociar com representantes da EDURB a sua permanência na área ou a obtenção de um realojamento adequado.




229 Não existem estatísticas ou outra informação equivalente precisa e detalhada sobre o número total de pessoas afectadas por despejos forçados em Luanda até ao momento. As estimativas apresentadas neste anexo baseiam-se em informação recolhida por colaboradores da SOS Habitat que trabalham directamente com as comunidades afectadas, normalmente pouco depois de os despejos terem lugar, bem como em entrevistas da Human Rights Watch. A SOS Habitat é a única organização em Luanda a ter recolhido informação sobre o número de famílias envolvidas em desocupações forçadas directamente junto das comunidades.